quinta-feira, 15 de setembro de 2011

CORRE PELA INTERNET: O FIM DOS PROFESSORES...

CORRE PELA INTERNET:
 O FIM DOS PROFESSORES...

    [1]
        O ano é 2.209 D.C. - ou seja, daqui a duzentos anos - e uma
conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte
interpelação:
        – Vovô, por que o mundo está acabando?  

        A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo
tom vem a resposta:  

        – Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.  

        – Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?  

        O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres
elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito
culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam
as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo
e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam
as pessoas a pensar.  

        – Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?  

        – Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os
grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados
pelos alunos.  

        – E como foi que eles desapareceram, vovô?  

        – Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi
executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se
lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos
ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos
alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim,
sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso
liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais
interessados conseguiam aprender alguma coisa.  

        Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos
professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos.
Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me
ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha
muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada
do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar
com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a
multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas
nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam
reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles
não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O
professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral
– que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de
pancadas de todo mundo.  

        Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre
esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no
vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber
se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no
vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim,
praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no
vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as
discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas.
Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram
acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para
estudar a sério.  

        Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários
foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se
dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino,
sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As
pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as
pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os
financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da
televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou
contribuição real para a sociedade.  

        Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época
longa chamada ditadura, quando os milicos colocaram os professores na
alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos,
aposentados, expulsos do país, em nome do combate aos subversivos e
à instalação de uma república sindical no país. Eles fracassaram,
porque a tal da república sindical se instalou, os tais subversivos
tomaram o poder, implantaram uma tal de “educação libertadora”
que ninguém nunca soube o que é, fizeram a aprovação automática
dos alunos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos
professores. Não sei o que foi pior – os milicos ou os tais dos
subversivos.  

        – Não conheço essa palavra. O que é um milico, vovô?   –
Era, meu filho, era, não é. Também não existem mais...
        Autoria Desconhecida

Nenhum comentário:

Postar um comentário

I9life Gobal

I9life Gobal  "Vêem fazer parte dessa empresa"! Cansado de ter que cumprir horário no trabalho? Ou de não receber aquilo qu...